domingo, 13 de novembro de 2016


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continuo em pedaços, 
costurando todos os fragmentos que acho por aí. 
sem respostas, nem certezas.
apenas retalhos.





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1a


Ter vontades, 
ser vontades
da cabeça 
aos pés. 

Ser movida por elas
e ainda assim
não saber por
onde andar. 

O movimento que flui 
e que pesa, por tê-las tantas.
Tudo ao mesmo tempo.

E o erro de ser apenas uma.



plastifica-se



Desejos de transformações utópicas,
que de nada valem.
Que eu guarde tudo que
há em minha cabeça para mim.

Vontades reais, vitais
não podem existir.
Plastificar o querer
para ser cabível aos
interesses do outro.

Envolver tudo que sou
em um grande
rolo de plástico.
Quanto mais artificial, melhor.

A vontade que pulsa dá medo.

Não se pode gritar, não se pode ser.
Se plastifique, se molde e
agradeça pelo plástico.
Agradeça também pela forma que te colocam e
que arranca cada pedaço seu.

Sorria, sangrando, para todos aqueles
que te matam todo maldito dia.